quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Presépios setecentistas divulgados pela primeira vez em livro


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Trabalho de identificação dos presépios foi iniciado pelo cónego Belarmino Afonso, que faleceu há dez anos. Livro foi lançado no último domingo dia 20.

Os presépios setecentistas da diocese de Bragança-Miranda (Portugal), que se acredita terem influência do conhecido escultor Machado de Castro, estão a ser identificados e divulgados pelo padre Estevinho Pires.


Um trabalho iniciado há cerca de 15 anos pelo cónego Belarmino Afonso, autor de um vasto trabalho de investigação e recolhas de cariz etnográfico, que foi agora retomado pelo padre, natural de Bragança. Além de divulgar estas obras de arte, contribuindo para a sua preservação, a obra é também uma homenagem ao cónego, na altura do décimo aniversário da sua morte. O autor do livro “Presépio, luz da paz de Belém” trabalhou em vários projectos com Belarmino Afonso, destacando-se o trabalho no Departamento dos Bens Culturais da Igreja e no Corpo Nacional de Escutas. 

Numa primeira fase do trabalho, foram identificados 15 presépios. No concelho de Bragança faz-se alusão ao presépio de Donai, Terroso, Vilarinho, Maçãs, Fontes Tansbaceiro, Soutelo da Gamoeda e Baçal. Já no concelho de Macedo de Cavaleiros, constam do livro os presépios de Lamalonga, Vilarinho de Agrochão e Vale Benfeito. Há ainda a identificação de presépios deste género, no concelho de Alfândega da Fé, nomeadamente em Sambade, Vilares da Vilariça e Castelo e, em Vinhais, foi identificado o presépio da Ordem de S. Francisco. 


O padre Estevinho Pires sublinha que este é um trabalho ao qual pretende dar continuidade. “Ainda há muito trabalho a fazer nesta área. Os presépios representados neste livro foram aqueles a que tive acesso mas há muitos mais em toda a diocese. O trabalho de inventariação está a ser feito também pela Comissão de Arte Sacra e, certamente, irão ser assinalados mais”, constata o autor. 


O livro vai ser apresentado no próximo dia 20, às 19 horas, na Catedral de Bragança, no final da eucaristia, que começa uma hora antes, e onde os escuteiros do Agrupamento XVIII vão associar-se à “Luz da Paz de Belém”. O agrupamento de escuteiros de Bragança, no qual o padre Estevinho Pires desempenhou diversas funções nos últimos 21 anos, convida os participantes a fazerem-se acompanhar de uma vela, que irão acender e levar para casa, mantendo-a acesa até à Noite de Natal, num acto simbólico de comemoração do nascimento de Jesus Cristo. 


Depois do lançamento do livro, o padre Estevinho Pires espera organizar mais iniciativas de homenagem ao cónego Belarmino Afonso.
Por: Sara Geraldes

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